Capa de "Catwoman 01" do reboot da DC.

A editora DC Comics continua com seu reboot cronológico ao longo do mês de setembro, a iniciativa chamada The New 52, em referências a este número de revistas novas. Enquanto algumas estão sendo bem avaliadas pela crítica – notadamente a nova Action Comics 01 de Grant Morrison e Rags Morales – e outras fazem um sucesso inegável – como a nova Justice League 01 de Geoff Johns e Jim Lee – outras estão fazendo polêmica.

A sensualidade extrema de Selina Kyle: apelação? Ou apenas uma visão realista e moderna?

Uma das que causou mais barulho foi a nova Catwoman 01, lançada esta semana, escrita por Judd Winick, que tem em seu currículo uma relativamente boa passagem pelo Batman. (Inclusive, é dele o arco de histórias que reintroduziu Jason Todd como o Capuz Vermelho, que foi belamente adaptado para um longametragem animado chamado Batman Contra o Capuz Vermelho).

Os fãs e críticos fizeram bastante barulho acerca da nova revista da Mulher-Gato de Winick porque ele colocou o sexo e a sensualidade como um ponto central de sua história. Inclusive, as duas últimas páginas da revista mostram uma tórrida cena de sexo entre Selina Kyle e o Batman. Deve ser a primeira vez que os quadrinhos “de linha” do universo do homem-morcego mostram uma cena desse tipo envolvendo os personagens. Os quadrinhos mainstream são ainda mais conservadores neste quesito do que o cinema, com o sexo na maioria das vezes apenas insinuado ou mesmo implícito.

Batman e Mulher-Gato se encontram em um telhado...
... e chegam às vias de fato. Ela reclama de não tirar todo o uniforme...

Em resposta às críticas, Winick trouxe um bom argumento:

Esta é uma Mulher-Gato para 2011 e minha abordagem para sua personalidade e ações refletem alguém que vive em nossos tempos. E veste uma roupa de gata. E rouba. É um conto que em parte é uma história de crime, parte mistério e parte romance. Nisso você encontrará ação, suspense e paixão. E cada uma dessas coisas, às vezes, aparecerão ao extremo. A Mulher-Gato é uma personagem com uma rica história nos quadrinhos e minha espectativa é que os leitores continuem se unindo a nós na medida em que a aventura continua.

A crítica do site Comic Book Movie, que trouxe esta matéria originalmente, considera que a história de Catwoman 01 é muito boa e bem contada e que, no contexto da história, Selina Kyle usa seu apelo visual – particularmente os seios e os decotes – como um tipo de arma que distrai seus oponentes, o que é, realmente, uma abordagem ousada e realista.

A arte de Catwoman 01 é de Guillem March.